O arrendamento de curta duração tem sido uma das formas mais usadas para rentabilizar imóveis em Portugal, especialmente nas cidades de Lisboa e Porto, e em zonas turísticas como o Algarve.
No entanto, com as recentes alterações legislativas, muitos proprietários questionam-se sobre o futuro deste modelo de negócio.
Se tens um imóvel e estás a considerar utilizá-lo para arrendamento de curta duração, é essencial conhecer as novas regras, os desafios e as oportunidades que ainda existem no setor.
Neste artigo, explicamos tudo o que precisas de saber para continuares a rentabilizar o teu imóvel de forma legal e eficiente.
- O que mudou no arrendamento de curta duração em 2024?
Nos últimos anos, o aumento do arrendamento de curta duração levou a uma escassez de habitação acessível em algumas regiões, especialmente nas grandes cidades.
Como resposta, o governo português introduziu novas medidas para regular o setor e equilibrar o mercado imobiliário.
Eis as principais mudanças:
- Novas restrições para o alojamento local
A emissão de novos registos de alojamento local foi suspensa em muitas zonas consideradas de alta pressão urbanística.
Os registos existentes podem ser sujeitos a reavaliação e, em alguns casos, podem não ser renovados.
- Aumento da tributação para arrendamentos de curta duração
As taxas de imposto sobre rendimentos obtidos através do arrendamento de curta duração aumentaram, tornando-o menos atrativo do ponto de vista fiscal.
Paralelamente, o governo incentiva o arrendamento tradicional, oferecendo benefícios fiscais para quem converter imóveis de alojamento local para contratos de longa duração.
- Regras mais rígidas para condomínios e vizinhos
Agora, os condomínios têm mais “poder” para proibir ou restringir a atividade de alojamento local nos seus edifícios.
Os proprietários devem garantir que a atividade do arrendamento de curta duração não perturba os restantes residentes, sob risco de multas e cancelamento do registo.
- Limitações geográficas
Algumas autarquias passaram a ter mais autonomia para limitar o número de novos alojamentos locais ou até revogar licenças em zonas onde a oferta turística é excessiva em comparação com a oferta de habitação permanente.
- Vale a pena investir em arrendamento de curta duração?
Mesmo com estas mudanças, o arrendamento de curta duração continua a ser rentável, especialmente para quem já tem um registo ativo e pode adaptar-se às novas regras.
Contudo, existem alguns pontos a não descurar:
- Aposta em zonas com menos restrições
Se procuras investir, foca-te em locais onde as novas regras não afetaram tanto o setor.
Cidades secundárias, áreas rurais e certas regiões do Algarve ainda oferecem boas oportunidades para arrendamento de curta duração.
- Melhorias na experiência do hóspede
Com mais concorrência e regulamentação, os proprietários devem apostar na qualidade do serviço, na decoração e na personalização da experiência dos hóspedes para manterem a procura elevada.
- Alternativas ao alojamento local tradicional
Arrendamento para nómadas digitais: Portugal tornou-se um destino popular para trabalhadores remotos, que procuram estadias médias de 1 a 6 meses. Adaptar o teu imóvel para este público pode ser uma excelente opção.
Parcerias com empresas: Algumas empresas precisam de alojamento temporário para funcionários deslocados. Criar acordos com estas entidades pode garantir ocupação estável e legal.
- Conversão para arrendamento de longa duração
Caso prefiras evitar os desafios do arrendamento de curta duração, converter o imóvel para arrendamento tradicional pode trazer vantagens fiscais e maior estabilidade financeira.
- Sugestões para manter o teu imóvel rentável
Se já tens um arrendamento de curta duração e queres garantir que continuas a ter lucro, segue estas dicas:
- Garante que cumpres todas as regras
Revalida o teu registo, verifica as normas da tua autarquia e mantém a comunicação com o condomínio para evitar problemas legais.
- Diferencia-te da concorrência
Oferece comodidades extra, como check-in automático, decoração premium e experiências locais para atrair hóspedes.
- Avalia a possibilidade de mudar de estratégia
Se concluíres que o arrendamento de curta duração está a tornar-se menos lucrativo, considera alternativas como o arrendamento de média duração para expatriados e nómadas digitais.
- Controla os custos operacionais
Aposta em sistemas eficientes de gestão de reservas, manutenção e limpeza para manter o lucro sem aumentar significativamente os gastos.
O arrendamento de curta duração em Portugal está a passar por mudanças significativas, mas isso não significa o fim da rentabilidade.
Se já operas neste setor ou pretendes investir, basta que estejas atento e te adaptes às novas regras, explores novas estratégias e avalies alternativas para garantir que o teu imóvel continua a criar rendimento.
Embora as restrições possam parecer um obstáculo, quem se adapta e encontra novas formas de valorizar o seu imóvel continuará a ter sucesso no mercado imobiliário.
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Entretanto, se queres comprar ou vender uma casa ou tens alguma questão relacionada com o imobiliário, podemos ajudar-te. Contacta-nos hoje mesmo.